Como construir uma lavoura de trigo mais resistente e produtiva?
26/07/2021 14:07:00
Conheça os aspectos importantes relacionados ao manejo do trigo e as melhores práticas para potencializar a produção de sua safra.

O trigo está presente no dia a dia dos brasileiros, seja na alimentação, como pães, massas, cervejas, farinha de trigo, ou na produção de cosméticos, medicamentos e álcool.
Cultivado mundialmente, o trigo é uma cultura de grande importância para o agronegócio brasileiro, com produção concentrada nas regiões Sul e Sudeste, além de estar presente nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em 2020, os agricultores brasileiros cultivaram uma área de 2,34 milhões de hectares e uma produção de 6,23 milhões de toneladas. Para 2021, há uma expectativa de crescimento da área plantada, podendo chegar em 2,83 milhões de hectare e uma produção estimada de 6,63 milhões de toneladas. Os estados do Paraná e do Rio Grande do Sul concentram 90% de todo trigo cultivado no Brasil. Atualmente, o Paraná cultiva cerca de 1,15 milhão de hectares, e o Rio Grande do Sul, com 0,98 milhão de hectares.
O potencial de rendimentos de grãos na cultura do trigo é elevado, porém esse alto potencial produtivo não vem sendo alcançado no sistema de produção que a cultura está inserida, principalmente no Sul do Brasil. Nesse sentido, alguns aspectos relacionados ao potencial produtivo precisam ser entendidos para explorar o máximo das lavouras de trigo.
Vamos juntos entender quais são os aspectos importantes relacionados ao manejo dessa cultura e de que forma podemos interferir positivamente para criarmos um ambiente de alta produtividade para o trigo.
Entendendo o ciclo do trigo – estádios fenológicos e componentes de rendimento.
Existem, no Brasil, dezenas de cultivares de trigo com características bem distintas, desde a sua tolerância/resistência a patógenos até a duração do seu ciclo de cultivo. Entender as distintas fases que o trigo passa durante seu cultivo nos permite ser mais assertivos nas técnicas que devem ser adotadas em cada fase. Costumamos chamar cada fase de estádio fenológico das culturas. O conhecimento desses estádios fenológicos críticos para definição do rendimento de grãos no trigo é fundamental para realizar um manejo correto e elevar o potencial produtivo.
Erroneamente usamos nosso calendário para separar as fases que a cultura passa ao longo do seu ciclo, contudo o trigo não obedece a esse calendário em dias, semanas ou meses. Seu ciclo é determinado por um conjunto de fatores tais como temperatura, comprimento dos dias (horas de luz), umidade, soma térmica (calor), resumidamente, a cultura do trigo segue um tempo biológico que é influenciado por fatores bióticos e abióticos. Vou exemplificar, se eu semear a cultura de trigo “Agrichem-TR” no dia 1º de julho de 2020, e semear essa mesma cultura com o mesmo manejo no dia 1º de julho de 2021 (ano seguinte), é muito provável que tenhamos datas de colheitas distintas, pois o clima que ocorre durante seu ciclo determinará o ponto de colheita, que pode ser mais cedo, igual ou mais tarde que o que ocorreu na safra passada. Por isso, torna-se fundamental identificar os estádios fenológicos que a cultura se encontra, e não seu ciclo em dias após a emergência. De maneira geral, a produção de trigo é determinada: pelo número de plantas por área, n° de espigas por planta, n° de espiguetas por espiga, n° de grãos por espigas e peso de grãos. Sendo o período do alongamento de colmo o mais importante na determinação dos componentes de rendimento.

Podemos fazer um paralelo entre o ciclo de vida de uma lavoura de trigo com o ciclo de vida de um ser humano. Nos seres humanos, o período juvenil (até os 18 anos aproximadamente) é o principal momento em que são desenvolvidas as habilidades necessárias para se tornar um adulto produtivo na sua vida pessoal e profissional. Uma lavoura de trigo possui um comportamento semelhante, no seu conceito. Todo o potencial dela é definido ainda muito cedo, e isso nos faz refletir sobre quando devemos interferir no manejo dessa cultura para termos alta produtividade no momento da colheita. Vamos observar o quadro acima, os estádios fenológicos da cultura (fases) e sua relação com os componentes de rendimento. Agora, vamos olhar para nossa lavoura de trigo a partir no “nascimento”, o que devemos fazer?
Trigo semeado, e agora?
Após a semeadura do trigo, e sua posterior emergência, temos 100% do potencial da lavoura definido. A partir desse momento, todo nosso manejo será para manter esse potencial o mais próximo dos 100%. Com o passar do seu ciclo, a lavoura vai perdendo potencial de produtividade causada por diferentes fatores, que podemos simplificadamente dividir em estresses bióticos e abióticos.
Quando falamos em estresses bióticos estamos relacionando as perdas de produtividade causadas, de maneira geral, por todo o complexo de doenças (fungos/bactérias), pragas (insetos) e pela competição por plantas infestantes. As perdas ocasionadas pelo clima, problemas relacionados ao solo, nossos erros de manejo e outros fatores externos são consideradas perdas abióticas.
Lembrando do paralelo que fizemos com o desenvolvimento de uma criança, fica claro que temos 3 ações prioritárias que devem ser feitas já no início da nossa lavoura:
- Nutrir adequadamente nossa lavoura para altos tetos produtivos.
- Estimular as plantas no início do seu ciclo para que desenvolvam as estruturas necessárias para comportar altos tetos produtivos.
- Proteger as plantas contra todos os estresses que possam ocorrer, de maneira preventiva.
Hoje convidamos você para conhecer mais sobre a nutrição do trigo. Nos próximos posts, falaremos sobre estimulação e proteção da nossa lavoura de trigo.
Nutrição de trigo
Nutrir uma planta de trigo é conceitualmente muito simples, porém bastante complexo para ser feito na lavoura, uma vez que a nossa “geladeira” é o solo, e o nosso prato de comida oferecido às plantas é a “solução do solo”. De maneira bem simplificada, uma planta de trigo consegue absorver os nutrientes necessários quando esses se encontram disponíveis na solução do solo. Ter a geladeira abastecida não garante que teremos muita comida no prato… precisamos manejar, monitorar e fazer os ajustes necessários ao longo da safra.
Precisamos olhar como está nossa geladeira e mantê-la abastecida. Isso significa que temos que elevar os níveis dos nutrientes no solo até atingir patamares satisfatórios, que darão mais segurança alimentar para nossa lavoura. Isso sozinho não garante que nossas plantas serão alimentadas adequadamente. Mas é fundamental que seja feito, buscando o equilíbrio dos nutrientes no solo.
Outro ponto importantíssimo que devemos olhar é a necessidade de nutrientes da cultura. Sem essa informação, é impossível fazermos uma nutrição de plantas equilibrada. Observem os dados da tabela abaixo, eles nos mostram a quantidade de nutrientes que é extraída do solo pelo trigo para produzir uma tonelada de grãos.
Agora, imaginemos que estamos planejando uma lavoura de trigo de alto teto produtivo, com expectativa de colheita de 5 toneladas de grãos por hectare. Considerando a necessidade de nutrientes da tabela acima, precisamos fornecer para essa planta as quantias abaixo descritas.
Extração nutrientes Trigo |
N |
P |
K |
Ca |
Mg |
S |
Fe |
Cu |
Zn |
B |
Mn |
Mo |
kg t-1 |
g t-1 |
|||||||||||
25,8 |
3,9 |
23,7 |
2,4 |
1,7 |
2,7 |
125 |
54,7 |
32,6 |
8,7 |
76,1 |
1,2 |
Fonte: Agrichem do Brasil SA – Departamento pesquisa e desenvolvimento mercado.
N |
P |
K |
Ca |
Mg |
S |
Fe |
Cu |
Zn |
B |
Mn |
Mo |
kg para produzir 5 toneladas trigo |
g para produzir 5 toneladas de trigo |
||||||||||
129 |
19,5 |
118,5 |
12,5 |
8,5 |
13,5 |
625 |
273,5 |
163 |
43,5 |
380,5 |
6 |
A pergunta que precisamos fazer é: quanto desses nutrientes serão fornecidos pelo meu solo e quanto eu terei que aportar para nutrir adequadamente minha lavoura de trigo?
Para ajudar a todos nessa difícil tarefa, a Agrichem desenvolveu, ao longo de mais de 15 anos de pesquisas, uma ferramenta chamada PAMnutri (Programa agronômico de monitoramento nutricional), a qual faz o diagnóstico e a recomendação dos nutrientes necessários para a nutrição dos cultivos. São duas formas de diagnóstico, uma via solo e outra via folha, o primeiro eleva os níveis para termos mais segurança alimentar da nossa lavoura, e o segundo faz a checagem se a nutrição está de acordo com o que desejamos, permitindo fazer pequenos ajustes se necessários.
O PAMnutri Solo baseia-se no diagnóstico do solo (análise química), análise do extrato de saturação (disponibilidade nutrientes na solução solo), utiliza o potencial de rendimento estimado da cultura (quantos kg por hectare estima-se produzir) e a estimativa de chuvas durante ciclo. Tudo isso gera uma recomendação de correção do solo e manejo nutricional mais assertivo para a nossa lavoura, pois considera diversos aspectos que ocorrem simultaneamente no campo.
Durante o desenvolvimento do trigo no campo, ocorrem períodos de muito sol, pouca chuva, temperaturas baixas, ataque de pragas de solo, enxurradas, atraso na aplicação de adubação nitrogenada, entre muitos outros problemas que modificam o nosso planejamento nutricional para a cultura. Diante disso, é fundamental checarmos como a planta de trigo está acumulando seus nutrientes que serão fundamentais para atingir altos tetos de produtividade. Se extrapolarmos para nós, seres humanos, podemos comparar a um exame de sangue, que mede vários compostos, nutrientes e vitaminas. Nas plantas, analisamos as folhas e seu conteúdo.
O PAMnutri folha é uma funcionalidade do sistema que permite fazermos o diagnóstico e a recomendação (se necessário) dos nutrientes que, por algum motivo, não foram absorvidos até o presente momento e que deveriam estar acumulados na folha. Esse sistema permite que você faça o comparativo da nutrição das suas plantas com um extenso banco de dados que corresponde à produtividade que você estima atingir. Vamos exemplificar: se eu pretendo atingir mais de 75 sacas de trigo por hectare, minhas plantas precisam acumular certa quantidade de nutrientes nas folhas. Se minha expectativa é de 50 sacas de produtividade, a quantidade acumulada é naturalmente diferente. E o seu desenvolvimento, o seu acúmulo de matéria seca, também é diferente para uma produtividade de 50 versus uma produtividade de 75 sacas por hectare.
O PAMnutri folha considera os teores foliares, o momento em que você fez a coleta (assim ele estima onde a lavoura se encontra na sua curva de acúmulo de matéria seca) e utiliza o potencial estimado da cultura para comparar o banco de dados mais apropriado para sua situação. Isso gera uma recomendação mais assertiva da nutrição e, havendo alguma necessidade de correção, essa pode ser feita com precisão.
Feito o diagnóstico dos nutrientes limitantes da produtividade, precisamos encontrar a melhor forma de ofertar tais nutrientes para as plantas. E, para isso, precisamos de fertilizantes que possuam formulações adequadas para aumentar a absorção dos nutrientes e produtos com boa concentração do nutriente demandado.
A Agrichem disponibiliza aos produtores uma linha de produtos que possui macro e micronutrientes isolados ou em misturas, em alta concentração, com tecnologias de formulações que permitem a absorção via solo ou via folha, para suprimento de todos os nutrientes que a planta necessita (veja a descrição de alguns produtos abaixo).
O PAMnutri é uma consultoria personalizada que entrega recomendação de nutrição inteligente e sob medida por meio de métodos diferenciados e exclusivos de diagnose da fertilidade dos solos e da folha, observando as necessidades do trigo em cada fase do seu desenvolvimento, além de recomendações de adubação e equilíbrio nutricional. Procure nossa equipe ou um parceiro comercial da Agrichem e venha fazer a melhor nutrição que a sua lavoura já viu.
CONHEÇA MAIS SOBRE A PAMnutri: https://www.agrichem.com.br/pamnutri
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Maxi Zinc
O Maxi Zinc é uma fonte de zinco de alta concentração com tamanhos de partículas pequenos que conseguem fornecer todo o zinco necessário para a cultura do trigo. Produto com matéria-prima de qualidade que permite fazer aplicações tanto via semente quanto via foliar não causando nenhum tipo de fito toxidade.
Big Red
O Big Red é responsável pela liberação gradual de cobre para as plantas, possui alta concentração e tamanhos de partículas pequenos que melhoram sua deposição e cobertura na folha. Produto que fornece cobre ao longo do ciclo, além de ter o papel de auxiliar no controle de doenças.
Boro Super
O Boro Super é uma fonte de boro com alta concentração e com uma formulação de rápida e eficiente absorção via folha na cultura de trigo. Esse micronutriente tem papel importantíssimo no trigo, permitindo à cultura uma floração plena e capaz de formar um maior número de grãos.
Nitamin e Supa S +
Fornecimento de nitrogênio e enxofre de maneira eficiente, proporcionando maior massa e qualidade dos grãos e a manutenção das folhas ativas, o que potencializa o desempenho das plantas, oferecendo maior qualidade na colheita.
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ENG. AGR. DR. MAURÍCIO SONDA TONELLO
ENG. AGR. ESP. GUILHERME MENEZES
DESENVOLVIMENTO DE MERCADO AGRICHEM.