
Como nutrir as plantas para atingir altas produtividades?
DEVEMOS ESTAR ATENTOS PARA DIVERSAS PARTICULARIDADES DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS, E ESTAR BEM ASSESSORADOS DE PESSOAS QUE ENTENDAM DE NUTRIÇÃO.
A resposta é bastante simples: alimente cada detalhe da sua lavoura! Porém, para que isso seja realizado com sucesso no campo, devemos estar atentos para diversas particularidades da nutrição de plantas, e estar bem assessorados de pessoas que entendam de nutrição: “nutricionistas de plantas”.
Podemos traçar um exemplo didático quando falamos em nutrição de plantas: uma pessoa que se alimenta bem, cresce forte e saudável e consegue entregar resultados surpreendes na sua vida. Uma planta obedece a mesma lógica!! Quer ver um exemplo? Dependendo da quantidade que se encontra nos tecidos, alguns nutrientes tóxicos para o ser humano, também podem ser tóxicos para as plantas, como é o caso do alumínio.
Entender como uma planta se alimenta é fundamental para termos sucesso na nossa plantação. Todo nutriente que estiver em disponibilidade baixa para a planta, esse será o nutriente limitante da sua produtividade, de nada adianta aumentar a quantidade de outros nutrientes, pois aquele que está em falta não pode ser compensado por outro.
Quando um nutriente está em baixa disponibilidade no solo, mas disponível ainda em algumas partes da planta, este pode ou não ser “movimentado” de uma parte da planta para outra, por exemplo: se as folhas superiores estão sofrendo devido ao déficit de nitrogênio no solo, a planta pode transportá-lo das folhas baixeiras (base) até as folhas superiores para suprir a necessidade.
Entretanto, nem todos os nutrientes podem ser simplesmente movidos e, diante da sua falta, as plantas não conseguem expressar seu máximo desenvolvimento, exigindo de nós rapidez para solucionarmos esse problema.
Vários nutrientes podem ser móveis no solo e imóveis nos tecidos da planta, como por exemplo o magnésio, e são chamados de “parcialmente móveis”. Outros são imóveis na planta e exigem um malabarismo especial de nossa parte.
De acordo com a quantidade (kilogramas ou gramas) que a planta necessita para completar seu desenvolvimento, os nutrientes são divididos basicamente em dois grupos: macronutrientes e micronutrientes. Os micronutrientes são assim chamados devido à menor quantidade exigida para a formação das plantas e de forma alguma o prefixo “micro” está relacionado à sua importância, mas sim a sua quantidade necessária comparativamente aos macronutrientes. Os micronutrientes têm funções tão importantes quanto os macronutrientes, ou seja, seu manejo na lavoura é essencial.
Na tabela abaixo ilustramos os nutrientes essenciais e suas peculiaridades no quesito mobilidade na planta.
Devido a falta de conhecimento em nutrição de plantas de muitos técnicos e agrônomos, não é raro encontrarmos lavouras onde os micronutrientes não são pensados dentro da nutrição dos cultivos.
Nosso país de dimensões continentais é muito diverso em seus tipos de solo, e isso torna a nutrição dos cultivos mais complexa e personalizada para cada ambiente. Porém, temos que olhar sempre a ótica da necessidade nutricional que a cultura possui, sua expectativa de rendimento, e quanto dessa necessidade nosso solo pode suprir, o que nosso solo não consegue suprir deve ser adicionado ao manejo, seja ele macro ou micronutriente. Vamos olhar como exemplo um nutriente super importante nos cultivos brasileiros:
Boro: micro, imóvel, essencial e complexo.
Um bom exemplo disso é o boro, micronutriente imóvel (salvo raras exceções) que pode ser absorvido tanto pelas raízes quanto pelas folhas e é encontrado no solo na forma de ácido bórico.
É um verdadeiro propulsor da produtividade na lavoura, com baixa disponibilidade de boro não haverá florescimento ou frutificação saudável, não haverá um adequado crescimento radicular, nem a adequada absorção de cálcio (um macronutriente também imóvel) e a absorção de água é prejudicada, sem falar nos danos a formação da parede celular da planta. O boro é um micronutriente que também tem função estrutural e reguladora, e o mais importante: sua falta compromete o metabolismo de carboidrato que impede o crescimento e desenvolvimento da planta.
Segundo alguns estudos na área, a deficiência de boro é uma das mais frequentes na agricultura brasileira. Os solos brasileiros em seu material de origem, as rochas, possuem baixíssimas concentrações de boro, o que originou solos pobres desse micronutriente, associado a isso nos últimos anos a exportação de boro pelos produtos agrícolas tem sido superior à sua reposição dentro dos manejos nutricionais na maioria dos cultivos.
Por esse motivo a fertilização foliar com boro tem mostrado resultados surpreendentes em todo Brasil. Também não podemos esquecer que, por ser imóvel na planta a aplicação deste micronutriente, dependendo do tipo de cultura, deve ser frequente, ou seja, mais de uma aplicação foliar pode ser necessária.
Para agir de forma eficiente, é indicada a utilização de um insumo foliar de alta tecnologia como o Boro Super, pois permite uma maior precisão na reposição do boro devido à presença da etanolamina, fonte que aumenta a absorção do micronutriente via foliar.
Não somente a fertilização foliar como complementação à fertilização regular do solo com Boro Super é importante e deve ser realizada, seja ela na aplicação em toda lavoura ou mesmo localizada (sulco/drench/fertirrigação).
Fazer o diagnóstico do nosso ambiente de produção e das nossas plantas é fundamental para sermos assertivos no manejo dos macro e micronutrienes. Analisar o solo e a planta possibilita um maior controle no manejo nutricional e a obtenção de previsões de possíveis limitações de rendimento, ocorrida pelo baixo acúmulo de um nutriente nos tecidos. Ou mesmo uma baixa disponibilidade no solo, pode indicar maior probabilidade de falta desse nutriente durante cultivo. Usamos o exemplo do boro para mostrar a importância dos micronutrientes e a complexidade que a baixa mobilidade deles pode trazer, resta a pergunta: como saber exatamente qual o manejo ideal dos micronutrientes na plantação?
Por mais que sigamos corretamente o calendário de fertilização, as mudanças no comportamento dos nutrientes no sistema solo-planta são geradas por fatores diversos como clima, qualidade dos insumos, situação do solo, entre outros, e acompanhá-las é uma das prioridades de todos os envolvidos com a lavoura. Para auxiliar neste processo, criamos o PAMnutri (Programa Agronômico de Monitoramento Nutricional), um sistema capaz de fornecer informações precisas sobre o que sua plantação realmente necessita.
Fertilização é imprescindível no que diz respeito à qualidade dos alimentos, rendimento da lavoura e manutenção do negócio a longo prazo, e como vimos anteriormente, esse é um dos processos que necessita de muita atenção pelo produtor rural, tanto na realização periódica das análises para identificar o que a planta precisa quanto na escolha de insumos de qualidade.