Saiba como está a produção de café no Brasil

10/02/2022 10:02:00

A produção de café no Brasil continua firme e forte. Confira nosso post e veja os detalhes do cultivo do grão em nosso país

A produção de café no Brasil tem uma importância histórica. Por séculos, ela influenciou a economia, a cultura e a política da nossa nação. Podemos dizer que o café é uma tradição nacional, pois o seu cultivo sempre foi um dos grandes protagonistas do agronegócio brasileiro.

Na década de 20, liderado pelo estado de São Paulo, nosso país produziu 167,3 milhões de sacas de café, exportando 137,7 milhões. O destaque do período foi a safra de 1927-1928, que alcançou 27 milhões de sacas.

A colheita de 1959-1960 atingiu 44 milhões de sacas, um recorde para a época, número muito semelhante à atual realidade, na qual colhemos 47 milhões de sacas em 2021, mostrando que o cultivo do café continua vivo em nossa nação.

Fonte: FGV 

Liderança do cenário mundial

Hoje, nosso país tem uma posição de honra no cenário mundial do café, sendo o líder incontestável de produção. Se somarmos as produções do segundo, terceiro, quarto e quinto colocados, não é o suficiente para ultrapassar a produção brasileira.

Isso mostra a força do Brasil na agricultura mundial, esse posto de respeito foi conquistado por nossos agricultores, que se mantêm firmes, buscando inovações e as melhores práticas de manejo para cuidar da lavoura da melhor maneira possível, o resultado é a produtividade, a rentabilidade e a qualidade dos produtos colhidos.

Ranking da produção mundial de café (2020-2021)

Brasil - 69,9 milhões de sacas de 60 kg (4,2 milhões de toneladas)

Vietnã - 29,9 milhões de sacas de 60 kg (1,8 milhão de toneladas)

Colômbia - 14,3 milhões de sacas de 60 kg (0,86 milhão de toneladas)

Indonésia - 10,7 milhões de sacas de 60 kg (0,64 milhão de toneladas)

Etiópia - 7,6 milhões de sacas de 60 kg (0,45 milhão de toneladas)

Fonte: USDA 

Produção de café no Brasil

Em 2020, o Brasil atingiu um recorde histórico na produção de café, foram colhidas 63 milhões de sacas, um número muito expressivo para a agricultura brasileira, número que deu o pontapé inicial para o expressivo fechamento da temporada 2020-2021, que foi encerrada com quase 70 milhões de sacas.

Mas em 2021, a safra anual ficou em 47,7 milhões de sacas, uma queda aparentemente expressiva, porém causada pela bienalidade negativa. No cultivo do café, é muito comum a alternância de um ano mais produtivo com outro de menor produtividade.

Para você entender melhor:

Produção de café no Brasil nos últimos anos:

2021 - 47,7 milhões de sacas

2020 - 63 milhões de sacas

2019 - 49,3 milhões de sacas

2018 - 61,6 milhões de sacas

2017 - 44,9 milhões de sacas

2016 - 51,3 milhões de sacas

Mesmo com a bienalidade negativa, esperava-se uma colheita melhor, mas a seca em muitas regiões e a ocorrência de geadas inesperadas nos meses de junho e julho fizeram com que a produção fosse menor.

Café arábica e conilon

Há duas variedades de cafés produzidas no Brasil, o café arábica (coffea arábica) e o café conilon (coffea canephora). O grão arábica é o mais tradicional, usado em cafés finos e de qualidade mais apurada, geralmente cultivado em regiões mais altas. Já o conilon é usado em misturas (blends) e na fabricação de cafés solúveis, cultivado geralmente em regiões mais baixas.

O café conilon faz parte da variedade africana conhecida como café robusta. Robusta é uma denominação genérica que agrupa dois tipos de café, a variedade conilon, do grupo guineano, e a variedade robusta, do grupo congolês.

O café arábica tem sua origem na Etiópia, mas foi difundido internacionalmente pelos árabes. Hoje, ela é a variedade mais cultivada no mundo, com 60% da produção mundial.

Além dessas duas variedades, existem o café liberiano (coffea liberica) e o café excelsa (coffea excelsa), porém, esses dois tipos não possuem muita relevância no mercado mundial de café.

Café arábica

Em 2021, a variedade arábica foi responsável por 65,6% da produção brasileira de café, sendo colhidas 31,3 milhões de sacas, 35,5% abaixo da safra anterior. Essa variedade é mais atingida pela bienalidade negativa, por isso a queda drástica.

Nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, quase 100% da produção é de café arábica, sendo eles os grandes propulsores dessa variedade no Brasil.

Café conilon

O grande produtor de café conilon é o estado do Espírito Santo, que é responsável por quase 70% da produção nacional dessa variedade. Os estados da Bahia e Rondônia ajudam a completar a colheita brasileira de café conilon.

Em 2021, foram produzidos 16,3 milhões de sacas de café conilon, 13,8% a mais em relação a 2020. Essa variedade é muito menos atingida pela bienalidade negativa, o que explica o crescimento de uma safra para a outra.

Estados produtores

O estado de São Paulo, que por muito tempo foi o grande líder no café brasileiro, hoje se encontra no terceiro lugar do ranking geral e em segundo na produção da variedade arábica. Minas Gerais é o grande produtor brasileiro de café, seguido do Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná.

Ranking Brasileiro do Café por Produção (safra 2021)

Minas Gerais 22,1 milhões de sacas

Espírito Santo 14,1 milhões de sacas

São Paulo 4,0 milhões de sacas

Bahia 3,47 milhões de sacas

Rondônia 2,26 milhões de sacas

Paraná 0,87 milhão de sacas

Exportação

O mercado mundial comprou por volta de 38,4 milhões de sacas de café brasileiro, no período de janeiro a novembro de 2021, com uma leve diminuição de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Porém, em 2020, foram vendidas 43,9 milhões de sacas, um recorde notável.

Mesmo com o pequeno decréscimo de vendas, o número ainda é muito positivo, pois é 15,3% maior do que a média dos cinco anos anteriores a 2020. Os principais compradores do Brasil em 2021 foram:

Estados Unidos - 1 bilhão de dólares (19,8%)

Alemanha - 958,3 milhões de dólares (17,3%)

Bélgica - 414,6 milhões (7%)*

Itália - 398,8 milhões (7,1%)

Japão - 393,2 milhões (6,5%)

*A Bélgica é a quarta colocada no ranking por quantidade, porém a terceira em valores.

Mesmo que o estado de São Paulo não seja mais o grande protagonista da produção do café brasileiro, o porto de Santos é de extrema importância para a economia cafeeira, lá é escoado 76% das exportações.

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